Aer et Aqua

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Aer et Aqua

AMÉLIA DOLABELLA

EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL VIRTUAL

MAPFINEARTS
VIRTUAL GALLERY

De 25 de setembro de 2021 a 30 de novembro de 2021

Sempre me interessei por diversas expressões artísticas como pintura, música, dança e teatro. Trabalhei durante muitos anos, em Belo Horizonte, em diversas montagens teatrais, e tive a oportunidade de, aos 15, 16 anos, começar a trabalhar na confecção de cenários e adereços, sob a orientação de Ronaldo Boschi, diretor de teatro e artista plástico. Mais tarde, levei essa experiência, também, para a dança. Dancei durante 20 anos no Ballet Ana Lúcia, onde também lecionei ballet clássico por mais de uma década e trabalhei na criação, produção e restauração de cenários e adereços para diversos espetáculos da Escola e do Corpo de Baile do Ballet Ana Lúcia.
Em minha formação profissional acadêmica, concluí o bacharelado em Artes Plásticas, com habilitação em Desenho, na Escola de Belas Artes da UFMG, em 1988. Nessa época, ainda no Atelier de Desenho, desenvolvi o meu trabalho em Pastel Seco, cuja temática era de fachadas de casas e casarões antigos de Belo Horizonte. Com esse trabalho, participei de algumas exposições coletivas, e, através de concorrência nacional da Itaú Galeria, fui selecionada para uma exposição individual na Itaú Galeria da cidade de Penápolis, São Paulo, intitulada “Fachadas”.
Como o meu interesse pelas artes plásticas sempre esteve presente em todas as minhas atividades profissionais, em 2002, decidi retornar à Escola de Belas Artes, com o intuito de aprofundar o meu conhecimento, dessa vez, na área da pintura, tendo cursado as disciplinas Pintura II, Pintura III, Atelier de Pintura I e Atelier de Pintura II.
Nessa nova etapa da minha experiência acadêmica, desenvolvi o meu trabalho em pintura a óleo, focando na representação de figuras humanas. Em 2004, participei da exposição coletiva “Retratos”, na Galeria da Escola de Belas Artes, com curadoria de Mário Zavagli.
Diversos pintores inspiram o meu trabalho de alguma forma. Dentre os artistas que mais admiro, eu poderia destacar Giovanni Bellini, Tiziano, Vermeer, Delacroix e John Singer Sargent. E, no contexto da pintura contemporânea, as aquarelas de Mário Zavagli têm sido, há muitos anos, uma grande referência para o meu trabalho, pela sua impecável técnica, e seu conceito estético.
O meu trabalho em aquarela, que comecei a desenvolver há alguns anos, tem um foco, cada vez maior, no mundo natural. Procuro, nesses trabalhos, captar, ao mesmo tempo, a potência e energia de alguns animais, e a delicadeza e fragilidade de outros. A possibilidade de explorar a exuberância e imensa riqueza de cores presentes nos animais, e na natureza, de um modo geral, exerceu sobre mim uma grande atração para esta temática. Desse modo, o desafio lançado pela multiplicidade de cores do tema em questão vem se tornando um elemento de grande relevância na construção do meu discurso estético.
A representação de animais na pintura pode ser observada desde os primórdios da humanidade, e essa temática atraiu a atenção de diversos artistas ao longo da História da Civilização Humana. De fato, a história da representação de animais na pintura se confunde com a própria história da pintura e, também, com a história da humanidade. Por exemplo, as pinturas rupestres de animais, encontradas nas cavernas de Altamira, na Espanha, e de Lascaux, na França, são impressionantes. A despeito do seu caráter prático e de conteúdo simbólico, as imagens, elaboradas em momentos que antecediam às atividades de caça do homem primitivo, incorporam um indiscutível valor estético e, por conseguinte, artístico. O tratamento naturalístico dado às representações de cenas de caça provoca uma real sensação de movimento e vigor, antecipando várias abordagens técnicas que se tornaram parte do discurso pictórico até os dias de hoje.
A temática de representação de animais retorna com grande força no Egito Antigo. Naquela importante civilização, as imagens dos deuses eram associadas aos animais. Por exemplo, a imagem de Hórus, o deus-sol, era associada a um falcão; Anúbis, o deus da morte, era associado a um chacal.
Na China, desde as dinastias “Tang” e “Song” (AD 618-1279), passando pela dinastia “Yuan” (AD 1271-1368), até a dinastia “Qing” (1723-1821), a pintura, que sempre retratou, principalmente, a natureza, tem como um dos temas mais importantes a pintura de “Pássaros e Flores”.
Independentemente da motivação da representação de animais, ao longo da história da humanidade, em diversas civilizações, os animais sempre foram vistos e admirados como representantes de forças da natureza. Inúmeros artistas estudaram com muito interesse animais vivos. E, ao contemplar a exuberância da Natureza, procuraram retratá-los de modo a ressaltar suas características como a energia, a beleza, a força, a retidão de caráter, e o espírito livre. Diversos mestres da pintura reverenciaram essas criaturas incríveis em suas pinturas, como Dürer, Géricauld e Delacroix, dentre tantos outros, o que impõe um enorme desafio àqueles que se propõem a abordar essa temática.
Quando comecei a trabalhar com aquarela, a pintura chinesa se tornou uma referência importante para os meus projetos. Uma grande inspiração para o meu trabalho foram as pinturas de “Lín Fengmián” (1900-1991), considerado um pioneiro da moderna pintura chinesa, por fundir os estilos Chinês e Ocidental. Estudando a sua obra, e a sua técnica, que tem como principais características pinceladas leves e expressivas, fiquei particularmente interessada por suas inúmeras pinturas de pássaros, um tema de grande importância dentro da sua obra. A partir daí, decidi, também, explorar a representação de pássaros no desenvolvimento do meu trabalho em aquarela. Como resultado desse período entre 2017 e 2019, produzi uma série de pinturas que culminou com uma exposição individual intitulada “Pássaros”, exibida no Centro Cultural Otto Cirne, na Associação Médica de Minas Gerais, em 2019. Além de algumas pinturas de “Lín Fengmián” e de outros pintores clássicos Chineses, usei como referência, para a produção da série “Pássaros”, fotografias de Tavinho Moura, Lester Scalon e Fabio Colombini.
Dando prosseguimento ao processo descrito, mais recentemente, ampliei a temática de animais, iniciando uma nova série de peixes, e outros representantes do fantástico mundo aquático, intitulada “Aquarium”. As fotografias usadas como referência para a execução das pinturas desta série foram produzidas por mim mesma, no “Shanghai Ocean Aquarium”, em Shanghai.
Para esta exposição virtual, “Aer et Aqua” , no ensejo de unir os dois mundos, tão ricos em espécimes e cores, selecionei alguns trabalhos de ambas as séries, “Pássaros “ e “ Aquarium”. Serão apresentados, também, alguns detalhes das aquarelas expostas.

Amélia Dolabella

Website link para a Exposição:
www.mapfinearts.com

e-mails:
adartsiqueira@hotmail.com

Referências:

Gombrich, E. H. A História da Arte. Editora Guanabara Koogan S.A., 1993.
Chinese Painting Gallery. Published by the Chinese/Shanghai Museums.
DELACROIX Chevaux et Félins – Aquarelles, Dessins, Peintures. Bibliothèque de L’Images, Paris, 2011.

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